1. Em primeiro lugar dar os parabéns à organização (Sedes) pelos excelentes oradores presentes nos painéis de debate. Dá gosto ouvir estas pessoas, são inspiradores.
2. O tema do talento como uma natural consequência do estado da educação foi entusiasticamente debatido, tendo sido levantadas questões pertinentes sobre que modelo queremos para a nossa escola básica. Apesar de termos um atraso significativo na alfabetização face às melhores referências (nórdicas) o nosso percurso teve progressos, no entanto, os desafios da educação actuais alteraram-se muito e o que funcionou nos últimos anos está a atingir o prazo de validade, sendo urgente questionar-mos sobre a tal narrativa que queremos ter na nossa formação básica tão bem discutida pelo Rodrigo Queiroz de Melo.
Tribolet, polémico como sempre, e muito bem, porque nos ajuda a pensar fora da caixa, transpôs os modelos de computação e de redes para a sociedade, uma sociedade biónica que se quer de relacionamentos, trabalho e acção.
A formatação exigida pelo modelo de ensino actual não permite agitar o aluno confrontando-o com as diversas realidades que lhe podem proporcionar a descoberta daquilo que de melhor pode vir a fazer na vida.
3. A matemática também marcou presença com Nuno Crato a expor de uma forma simples e bela, algumas histórias e pensamentos de personalidades na área da matemática para mostrar que o talento tem tanto uma componente de impulso e intuição como de trabalho e persistência. A arte do simples, do belo, a beleza da simetrias ajudam o pensamento analítico e o foco na resolução de problemas.
4. António Câmara, um lider visionário que contagia, falou das suas experiências de trabalho e académicas e como estas foram importantes para perceber como é que o talento pode ser despertado. Não é um problema de falta de capacidade nas pessoas, não, é um problema de atitude e de procura e criação de ambientes e de espaços propícios ao desenvolvimento criativo. Auto-confiança, um ponto muito importante para o equilibrio da nossa paixão pelo trabalho.
5. Não fiquei até ao final da mesa redonda, mas retive algumas ideias significativas que Tiago Forjaz transmitiu, nomeadamente sobre que sociedade é esta que temos actualmente, uma sociedade onde o trabalho e o carreirismo substituíram o espaço social em cada um de nós. Que talento é este onde se olha apenas para as competências nas pessoas que estão mais directamente relacionadas com uma determinada operação. Descobrirmos o verdadeiro talento é muito mais profundo e multidisciplinar. E por isso é complexo.
Não existe uma equação geral para a geração do talento, cabe a cada um de nós resolvermos a nossa própria equação, sermos capazes de avaliar e gerir tanto o sucesso como o fracasso, tanto a descoberta como o erro.